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Fundação da Casa de Mateus, Casa de MateusPT 5000-291
A Casa de Mateus é mandada construir na primeira metade do século XVIII por António José Botelho Mourão, 3º Morgado de Mateus. Substitui-se à casa da família já existente no local em inícios do século XVII. Em 1911 é classificada como Monumento Nacional.
A arquitectura barroca, de gosto italiano, é atribuída a Nicolau Nasoni pela coerência do estilo e semelhança com outras obras de sua autoria. Segundo Robert Smith, especialista na sua obra, o arquitecto terá dedicado à construção da Casa, ou pelo menos à sua fachada central e decoração, os anos entre 1739 a 1743.
Para além do esplendor barroco da fachada principal e da riqueza da decoração, composta por cimalhas curvas, frontões, pináculos e estatuária, impressiona a racionalidade da planta e o rigor da métrica e da modulação.
A planta inscreve-se num rectângulo, e divide-se em dois quadrados vazados ao centro, que criam várias alas e compõem dois pátios ligados entre si por grandes aberturas no piso térreo. O pátio frontal é aberto libertando a vista da fachada principal recuada e voltada a poente, e o posterior é encerrado, e definem através dos grandes vãos do rés-do-chão um eixo central de perspectiva que atravessa toda a construção, e constitui um enfiamento de expressão clássica e grande harmonia.
O acesso ao piso nobre faz-se por duplas escadarias que se repetem nas fachadas transversais dos dois pátios, duas a poente e uma a nascente, e acentuam a simetria e o movimento barroco de toda a ornamentação.
No 1º andar, entre os pátios e com fachadas sobre ambos, ao centro da construção e definindo a linha de união dos dois quadrados que compõem a planta, localiza-se o Salão de Entrada. Dá acesso a norte e a sul, respectivamente à Biblioteca e ala de quartos, e à Sala do Tijolo e ala das salas. As duas alas são ligadas entre si no topo nascente através de uma ala com quartos que dá acesso ao Coro da Capela.
O granito amarelo constrói as paredes duplas e desenha as cantarias, e a madeira de castanho aparente compõe as portadas, a talha que trabalha os tectos de caixotão simples ou abobadado e as sobreportas com motivos da heráldica da família.
Completam o conjunto a Capela e a Adega, contribuindo para a monumentalidade da leitura global, com as suas volumetrias de grande harmonia.
Referências em documentos do arquivo da Casa e a análise atenta da planta e elementos da construção, apontam para a identificação de possíveis pré-existências da primitiva construção e diferentes campanhas de obras. Diferente constituição da alvenaria de pedra em paredes e distintas espessuras podem significar obras sucessivas, sendo nesta hipótese mais recentes as alas frontais do edifício, tese colocada por Vasco Graça Moura nos seus estudos sobre a Casa.
A partir de 1979 o actual Presidente da Fundação, D. Fernando de Sousa Botelho de Albuquerque, e sua Mulher D. Maria Amélia, adaptam todo o conjunto às actividades culturais de sua iniciativa.
No princípio da integração e respeito pelo existente, embora sem prejuízo da introdução de critérios de modernidade são restaurados e reabilitados a Casa e os anexos agrícolas. É criado um circuito expositivo alargado e vários novos núcleos de exposição que integram o espólio da Família e complementam o Museu, que é remodelado.
O Barrão da Eira é recuperado para apoio à realização das actividades da Fundação sendo construídos, em anexo, camarins de apoio; a Adega sofre obras de recuperação e é equipada de acordo com as novas exigências técnicas; e o antigo Lagar de Azeite é reabilitado e ampliado para a instalação da Residência de Artistas.
A escultura de João Cutileiro, que desde 1981 dorme no Lago, integrou já a imagem da Casa.
Teresa Nunes da Ponte - Arquitecta responsável pelas obras recentes na Casa de Mateus e Anexos.
As visitas de grupo estão sujeitas a reserva prévia.
As visitas ao interior da casa são guiadas e em grupos não superiores a 10 pessoas.
Não é permitida a permanência dentro da casa a mais de 3 grupos ao mesmo tempo.
Em casos excepcionais a actividade da Fundação pode obrigar ao encerramento de parte ou da totalidade do interior da Casa às visitas.
A Casa de Mateus fica a 4km do centro de Vila Real
De automóvel:
Do Porto - Pela A4; Seguir pelo IP4; sair em Vila Real (norte), seguir pela Av do Regimento de Infantaria 13/N12; tomar a N 322 em direcção a Sabrosa.
De Viseu - Pela A24; Sair em Vila Real/ Zona Industrial; seguir pela N322 em direcção a Vila Real/Centro.
De Chaves - Pela A24; seguir pela saída 13 em direcção a Vila Real; na rotunda, seguir pela 3.ª saída em direcção a N313/ Vila Real; tomar a N322 em direcção a Sabrosa.
De Bragança - Pelo IP4; Sair no acesso A24; tomar a direcção da Zona Industrial de Vila Real; Seguir pela N322 em direcção a Vila Real/ Centro.
De comboio:
O comboio do Porto pára na Régua (a 28km de Vila Real) onde se pode apanhar outro transporte (autocarro/táxi) para Vila Real.
De avião:
Vila Real dispõe também de um aeródromo servido por voos de Lisboa e Bragança.
A preservação do Arquivo da Casa de Mateus foi, desde sempre, uma preocupação da Família.
Num primeiro momento pela sua dimensão probatória e, consequentemente, pela inegável importância para a gestão do vasto património acumulado.
Exemplo disso foi o esforço de ordenação e de descrição documental levado a cabo por D. Luís António de Sousa Botelho Mourão, sexto morgado, baseada nos princípios racionalistas tão em voga no seu tempo, que concederam ao Cartório da Casa uma estrutura temático‑funcional, no sentido de agilizar a recuperação da informação.
O princípio da ordem para o bom uso foi mantido na gerações subsequentes, de tal forma que o trabalho desenvolvido por D. Luís António se manteve inalterável até aos nossos dias.
Depois, num segundo momento, os documentos do Cartório foram assumindo progressivamente a sua função de “Memória” da Família e da Casa, dos contextos Regional e Nacional.
Atendendo a esta especificidade, nos finais da década de cinquenta do século XX, D. Francisco de Albuquerque, imbuído do espírito reformista que aplicou a toda a Casa, convidou o investigador e bibliotecário-arquivista Luís de Bívar Guerra para proceder à reclassificação da documentação arquivística.
Mais recentemente, em 2001, graças ao apoio de fundos do FEDER, geridos pelo Programa Operacional da Cultura sob a tutela do Ministério da Cultura, bem como da Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação da Casa de Mateus deu início ao tratamento em larga escala do Arquivo, privilegiando a sua classificação, digitalização e restauro, sob a coordenação científica de Armando Malheiro da Silva
A análise indutiva da informação produzida desde os finais do século XVI, permitiu a estruturação de um Sistema de Informação, baseado em critérios orgânico-funcionais, que se constrói a partir da linha evolutiva da Família, fixando a natural sucessão de administradores da Casa de Mateus, e na qual se integram e diluem vários subsistemas de informação de natureza familiar – procedentes das alianças matrimoniais, doações, entre outros – e de natureza institucional – decorrentes do desempenho de actividades profissionais de vários membros da Família.
O SICM (Sistema de Informação da Casa de Mateus) emerge como a representação de um quadro policromático composto por informação produzida nos mais diversos quadrantes, sendo no entanto inegável a predominância da documentação decorrente da administração de propriedades localizadas, principalmente, na região de Vila Real.
Este trabalho deu origem à publicação do “Catálogo do Arquivo da Casa de Mateus”, em 2005, e do CD-Rom, em 2006.
Actualmente, a Fundação da Casa de Mateus têm em curso a organização definitiva do Sistema de Informação e a construção do Arquivo Digital.
Serviço de Arquivo da Casa de Mateus